quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Raul Drewnick - Pais, Filhos e Outros Bichos


                                                 OS BANDIDOS DE AMANHA

O menino e a menina vão pela calçada, ele com uma bola na mão, ela com uma boneca no colo. É uma manha gostosa de sol, apesar de ser ainda inverno, e os passarinhos alvoroçados esvoaçam de um telhado para o outro, declarando alegremente seu nome: bem-te-vi. A pequena rua, encravada num bairro miserável da periferia, identifica-se com a vida dos moradores: é estreita e tortuosa. Por ela poucos carros passam. Aqui o progresso não chegou e basta olhar para as casas mirradas e sujas para ter certeza de que ele não chegará nunca. Ou talvez só venha no dia em que se transformarem em pó essas construções rebeldes, levantadas sem engenheiro nem alvará.
Não são só os carros que não circulam muito por aqui. Também o dinheiro é uma presença rara e sua pouca assiduidade se reflete em toda parte, na quitanda de azulejos que podem ter sido azuis ou marrons quando era possível ver a sua cor, na padaria empoeirada, na farmácia de aspecto doentio, nas pessoas e em sua roupa
Se estivessem em um bairro menos desafortunados e em vez de ser uma manha de setembro fosse uma tarde de fevereiro, o menino e a menina que vão pela calçada poderiam ser confundidos com um casal de espantalhos indo para um baile de carnaval.
Tudo neles, ate a bola e a boneca que levam, tem uma marca de segunda mão. E os dois meninos que andam pela mesma calçada, 10 metros atrás não destoam. São dois promissores projetos de mendigo embora queiram passar por malandros. Eles se aproximam, com seus pagos gingados, do menino e da menina. A um metro dos dois, cobrem rapidamente o rosto com mascaras feitas de meias de náilon, põem a Mão no bolso e no instante seguinte, já encostam o revolver na nuca das vitimas. Seus gritos arrepiam:
- Boca fechada e vão passando tudo que vocês têm! Rápido! Rápido, senão a gente estoura a tampa da cabeça de vocês!
Motoristas e pedestres, sem ação assistem a todos os lances do roubo. Os assaltados entregam a bola, a boneca e outras quinquilharias um pião e uma bolinha de gude que saem do bolso do menino, um colar já quase sem contas que um dos pequenos bandidos arranca do pescoço da menina. Os assaltantes enfurecem:
-É só isso que vocês têm? Cambada! Cadê o dinheiro? Cadê? Ou espirra já essa grana ou nós vamos esvaziar o revólver em vocês!
Um homem cria coragem e resolve tomar uma atitude. Grita com os assaltantes, exige que deixem em paz as vítimas. Seus gritos e sua ordem são recebidos com gargalhadas, tanto dos assaltantes quanto dos assaltados.O homem descobre, então, que era tudo brincadeira, quando ficam os revolveres de plástico e, por isso, há no rosto da menina uma satisfação que não havia quando ela estava com a boneca. O menino também esta mais feliz do que com a bola.
Divertem-se assim as crianças sem lar e sem escola da periferia.
Montam todo dia, para os olhos indiferentes da sociedade, a peça de sua carência e desamor. Algumas terão sorte, esquecerão a infância. As outras serão aquelas que amanhã ou depois no mandarão parar em um lugar qualquer desta cidade. Nesse dia, suas palavras não serão de brincadeira e suas armas não serão de plástico.

Texto Dissertativo


                                                       Álcool x Trânsito

Atualmente muito se discute sobre a relação álcool x trânsito.
Argumentos  fortes as bases destes “paradoxo”, no entanto, não há dúvidas de que a soma destes dois fatores causa na maioria das vezes, tragédias irreversíveis.
Infelizmente, no Brasil o índice de acidentes de trânsito causados por motoristas alcoolizados ainda é enorme. Falta a população o compromisso com o índice de mortes no transito aumentando gradativamente a cada ano.
Medidas tomadas pelo governo não tem obtido êxito desejado a aceitação de pagamento de propina por alguns policiais tem ridicularizado a Lei seca, que pune com multa e até a prisão do infrator que estiver dirigindo alcoolizado. Um exemplo claro de tal incompetência policial é o caso da morte do filho da atriz Cissa Guimarães, morto em 2011 vitima de atropelamento.
Outro fator preocupante é o aprendizado prematuro de direção, os jovens estão aprendendo a dirigir muito antes de completar 18 anos, isso decorre s irresponsabilidade dos pais que ensinam e ate permitem com que seus filhos menores de idade assumam a direção dos carros para saírem para festas, baladas etc.
Enfim, falta ao governo medidas mais rigorosas com relação as leis de transito, eventos internacionais como a copa do mundo e as olimpíadas são uma boa oportunidade para o Brasil mostrar para o mundo seu desenvolvimento e preocupação com o bem estar da população. Falta aos pais a responsabilidade social.
Falta uma maior conscientização nos locais e meios de formação de opinião, como escolas e internet.
Se estas medidas forem tomadas, há uma grande possibilidade de redução de mortes e acidentes frequentemente em telejornais.

Orações subordinadas adjetivas e reduzidas


                                       
                                         Oração subordinada adjetiva

Observe este período simples: Precisamos de jovens estudiosos.
- Precisamos de jovens   que estudem.
                                         
   Oração Principal (O.P)   O.S.Adjetiva

a)      Adjetiva Restritiva

Essa oração particulariza ou delimita o termo antecedente.

Ex: Pedra   que rola  não cria limo
                                   
          O.P    O.S.A.R    O.P   

    b) Adjetiva Explicativa

Essa oração apenas explica ou esclarece o termo antecedente. Por isso, sua omissão não altera o sentido da oração principal. Ela é isolada da oração principal por meio de vírgulas.

Ex: A canção do exílio,   que foi escrita em 1841,   ainda inspira poetas.
                                                                                         
              O.P                            O.S.A.Exp.                        O.P


                         Orações subordinadas reduzidas

Observe os períodos:

a)      Quando terminou o jogo, voltamos (oração desenvolvida).
a)      Terminado o jogo, voltamos (oração reduzida de particípio).
b)      Vimos pássaros que fugiam (oração desenvolvida).
b) Vimos pássaros fugindo (oração reduzida de gerúndio).
c) Admitiu que estava errado (oração desenvolvida).
c) Admitiu estar errado ( oração reduzida de infinito).

Tropicalismo


                                             Origem do tropicalismo

O tropicalismo foi um movimento musical, que também atingiu outras esferas culturais (artes plásticas cinema, poesia), surgido no Brasil no final da década de 1960. O marco inicial foi o Festival de Música Popular realizado em 1967 pela TV Record.

Influências e inovações
O tropicalismo teve uma grande influência da cultura pop brasileira e internacional e de correntes de vanguarda como, por exemplo,o concretismo. O tropicalismo, também conhecido como Tropicália, foi inovador ao mesclar aspectos tradicionais da cultura nacional com inovações estéticas como, por exemplo, a pop art.
O tropicalismo inovou também em possibilitar um sincretismo entre vários estilos musicais como, por exemplo, rock, bossa nova, baião, samba, bolero, entre outros.

As letras das músicas possuíam um tom poético, elaborando críticas sociais e abordando temas do cotidiano de uma forma inovadora e criativa.

Críticas recebidas
O movimento tropicalista não possui como objetivo principal utilizar a música como “arma” de combate político à ditadura militar que vigorava no Brasil. Por este motivo, foi muito criticado por aqueles que defendiam as músicas de protesto. Os tropicalistas acreditavam que a inovação estética musical já era uma forma revolucionária.

Uma outra crítica que os tropicalistas receberam foi o uso de guitarras elétricas em suas músicas. Muitos músicos tradicionais e nacionalistas, acreditavam que esta era uma forte influência da cultura pop-rock americana e que prejudicava a música brasileira, denotando uma influência estrangeira não positiva.

Os principais representantes do tropicalismo foram:

- Caetano Veloso
- Gilberto Gil
- Os Mutantes
- Torquato Neto
- Tom Zé
- Jorge Bem
- Gal Gosta
- Maria Bethânia

Os discos tropicalistas que mais fizeram sucesso foram:

- TROPICÁLIA ou PANIS ET CIRCENCIS - 1968 – Mutantes
- CAETANO VELOSO - 1968
- LOUVAÇÃO - 1967 - Gilberto Gil
- A BANDA TROPICALISTA DO DUPRAT - 1968 - Rogério Duprat
Músicas tropicalistas que fizeram sucesso:
- Tropicália (Caetano Veloso, 1968)
- Alegria, Alegria (Caetano Veloso, 1968)
- Panis et circencis (Gilberto Gil e Caetano Veloso, 1968)
- Atrás do trio elétrico, (Caetano Veloso, 1969)
- Cadê Teresa (Jorge Ben, 1969)
- Aquele abraço (Gilberto Gil, 1969)

Moda sem frescura
Tropicalismo insere na moda bra­si­leira o toque de iden­ti­dade neces­sá­rio à uma época em tons pas­téis Por Fernando de Albuquerque
No mundo afora teve o nome de psi­co­de­lia, no Brasil o movi­mento ganhou cores verde-amarelo e tornou-se Tropicália. A década de 60 foi um período impor­tan­tís­simo tanto para o cená­rio polí­tico quanto para o cul­tu­ral, em espe­cí­fico, a moda. A mulher e mais ainda o homem viviam amar­ra­dos a um bom mocismo des­me­dido de tai­ers reti­lí­neos, tons pas­téis e uma car­tela de cores nem um pouco ousada.
Para os exem­pla­res do sexo mas­cu­lino o ves­tuá­rio se resu­mia ao con­jun­ti­nho calça, camisa ou terno. Sempre em cores com­ple­ta­mente neu­tras pre­va­le­cendo o preto; os mais ousa­dos pen­sa­vam no cinza. Todos se ins­pi­ra­vam em ícones onde a sobri­e­dade era o prin­ci­pal sin­tagma como é o caso de Jackie Kennedy.
O movi­mento tro­pi­ca­lista trouxe uma série de ele­men­tos à um ves­tuá­rio sisudo demais. Calças mais fol­ga­das, cores mais ber­ran­tes. Tudo cal­cado em uma hipon­guice ousada e ele­gante com flo­res gran­des, cores for­tes. Isso pode ser visto com mais con­tun­dên­cia em cro­quis de Helio Eichbauer, todos des­lum­bran­tes, para a his­tó­rica mon­ta­gem do “Rei da Vela”, do tea­tro ofi­cina e tam­bém nos ves­ti­dos fei­tos por Lina Bo Bardi — espé­cie de parente espi­ri­tual de Hélio Oiticica, artista que mui­tos dos tro­pi­ca­lis­tas se ins­pi­ra­ram para fazer músi­cas, escre­ver poe­mas e se expressar.
Aqui e ali é fácil achar ele­men­tos e resquí­cios desse modismo. Um exem­plo forte é a Melissa Severine, ins­pi­rada na doçura e na forma deli­cada do morango, cri­ada, ano pas­sado, pela esti­lista da marca Thais Losso. Ou mesmo nas inser­ções da Neon, das jovens Adriana Barra, Cris Barros, Carol Martins e Helô Rocha. Todas bebem, e muito, nesse modismo da fauna, flora, fave­las, esco­las de samba, mole­ques e mar­gi­nais para com­por estam­pas e mesmo o corte de algu­mas peças. Hoje é fácil achar batas enor­mes, blu­sões femi­ni­nos mais retos em teci­dos leves, ou mono­cro­mis­mos fur­ti­vos — todos são crias, dire­tas dessa década.
Como se vê, tro­pi­ca­lismo é hoje um guarda-chuva enorme e gene­roso, fonte legí­tima de ins­pi­ra­ção e, tam­bém, álibi con­des­cen­dente para qual­quer “mis­tura” de níveis de cul­tura, refe­rên­cias pop e eru­di­tas, tra­di­ção e, vá lá, transgressão.

Conclusão
O tropicalismo foi muito importante no sentido em que serviu para modernizar a música brasileira, incorporando e desenvolvendo novos padrões estéticos. Neste sentido, foi um movimento cultural revolucionário, embora muito criticado no período. Influenciou as gerações musicais brasileiras nas décadas seguintes.