quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Tropicalismo


                                             Origem do tropicalismo

O tropicalismo foi um movimento musical, que também atingiu outras esferas culturais (artes plásticas cinema, poesia), surgido no Brasil no final da década de 1960. O marco inicial foi o Festival de Música Popular realizado em 1967 pela TV Record.

Influências e inovações
O tropicalismo teve uma grande influência da cultura pop brasileira e internacional e de correntes de vanguarda como, por exemplo,o concretismo. O tropicalismo, também conhecido como Tropicália, foi inovador ao mesclar aspectos tradicionais da cultura nacional com inovações estéticas como, por exemplo, a pop art.
O tropicalismo inovou também em possibilitar um sincretismo entre vários estilos musicais como, por exemplo, rock, bossa nova, baião, samba, bolero, entre outros.

As letras das músicas possuíam um tom poético, elaborando críticas sociais e abordando temas do cotidiano de uma forma inovadora e criativa.

Críticas recebidas
O movimento tropicalista não possui como objetivo principal utilizar a música como “arma” de combate político à ditadura militar que vigorava no Brasil. Por este motivo, foi muito criticado por aqueles que defendiam as músicas de protesto. Os tropicalistas acreditavam que a inovação estética musical já era uma forma revolucionária.

Uma outra crítica que os tropicalistas receberam foi o uso de guitarras elétricas em suas músicas. Muitos músicos tradicionais e nacionalistas, acreditavam que esta era uma forte influência da cultura pop-rock americana e que prejudicava a música brasileira, denotando uma influência estrangeira não positiva.

Os principais representantes do tropicalismo foram:

- Caetano Veloso
- Gilberto Gil
- Os Mutantes
- Torquato Neto
- Tom Zé
- Jorge Bem
- Gal Gosta
- Maria Bethânia

Os discos tropicalistas que mais fizeram sucesso foram:

- TROPICÁLIA ou PANIS ET CIRCENCIS - 1968 – Mutantes
- CAETANO VELOSO - 1968
- LOUVAÇÃO - 1967 - Gilberto Gil
- A BANDA TROPICALISTA DO DUPRAT - 1968 - Rogério Duprat
Músicas tropicalistas que fizeram sucesso:
- Tropicália (Caetano Veloso, 1968)
- Alegria, Alegria (Caetano Veloso, 1968)
- Panis et circencis (Gilberto Gil e Caetano Veloso, 1968)
- Atrás do trio elétrico, (Caetano Veloso, 1969)
- Cadê Teresa (Jorge Ben, 1969)
- Aquele abraço (Gilberto Gil, 1969)

Moda sem frescura
Tropicalismo insere na moda bra­si­leira o toque de iden­ti­dade neces­sá­rio à uma época em tons pas­téis Por Fernando de Albuquerque
No mundo afora teve o nome de psi­co­de­lia, no Brasil o movi­mento ganhou cores verde-amarelo e tornou-se Tropicália. A década de 60 foi um período impor­tan­tís­simo tanto para o cená­rio polí­tico quanto para o cul­tu­ral, em espe­cí­fico, a moda. A mulher e mais ainda o homem viviam amar­ra­dos a um bom mocismo des­me­dido de tai­ers reti­lí­neos, tons pas­téis e uma car­tela de cores nem um pouco ousada.
Para os exem­pla­res do sexo mas­cu­lino o ves­tuá­rio se resu­mia ao con­jun­ti­nho calça, camisa ou terno. Sempre em cores com­ple­ta­mente neu­tras pre­va­le­cendo o preto; os mais ousa­dos pen­sa­vam no cinza. Todos se ins­pi­ra­vam em ícones onde a sobri­e­dade era o prin­ci­pal sin­tagma como é o caso de Jackie Kennedy.
O movi­mento tro­pi­ca­lista trouxe uma série de ele­men­tos à um ves­tuá­rio sisudo demais. Calças mais fol­ga­das, cores mais ber­ran­tes. Tudo cal­cado em uma hipon­guice ousada e ele­gante com flo­res gran­des, cores for­tes. Isso pode ser visto com mais con­tun­dên­cia em cro­quis de Helio Eichbauer, todos des­lum­bran­tes, para a his­tó­rica mon­ta­gem do “Rei da Vela”, do tea­tro ofi­cina e tam­bém nos ves­ti­dos fei­tos por Lina Bo Bardi — espé­cie de parente espi­ri­tual de Hélio Oiticica, artista que mui­tos dos tro­pi­ca­lis­tas se ins­pi­ra­ram para fazer músi­cas, escre­ver poe­mas e se expressar.
Aqui e ali é fácil achar ele­men­tos e resquí­cios desse modismo. Um exem­plo forte é a Melissa Severine, ins­pi­rada na doçura e na forma deli­cada do morango, cri­ada, ano pas­sado, pela esti­lista da marca Thais Losso. Ou mesmo nas inser­ções da Neon, das jovens Adriana Barra, Cris Barros, Carol Martins e Helô Rocha. Todas bebem, e muito, nesse modismo da fauna, flora, fave­las, esco­las de samba, mole­ques e mar­gi­nais para com­por estam­pas e mesmo o corte de algu­mas peças. Hoje é fácil achar batas enor­mes, blu­sões femi­ni­nos mais retos em teci­dos leves, ou mono­cro­mis­mos fur­ti­vos — todos são crias, dire­tas dessa década.
Como se vê, tro­pi­ca­lismo é hoje um guarda-chuva enorme e gene­roso, fonte legí­tima de ins­pi­ra­ção e, tam­bém, álibi con­des­cen­dente para qual­quer “mis­tura” de níveis de cul­tura, refe­rên­cias pop e eru­di­tas, tra­di­ção e, vá lá, transgressão.

Conclusão
O tropicalismo foi muito importante no sentido em que serviu para modernizar a música brasileira, incorporando e desenvolvendo novos padrões estéticos. Neste sentido, foi um movimento cultural revolucionário, embora muito criticado no período. Influenciou as gerações musicais brasileiras nas décadas seguintes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário