quarta-feira, 27 de junho de 2012

Euclides da Cunha

Euclides da Cunha (1866-1909) nasceu no Rio de Janeiro, estudou na Escola Militar e fez curso de Engenharia. De formação positivista e republicano convicto, sempre mostrou grande interesse por ciência naturais e filosofia. Viveu durante algum tempo em São Paulo e, em 1897, foi enviado pelo jornal O Estado de S.Paulo ao sertão da Bahia, para cobrir, como correspondente, a guerra de Canudos. Na condiçao de ex-militar, Euclides pôde informar com precisão os movimentos de guerra das três últimas semanas de conflitos. Mobilizando e dividindo a opinião pública, suas mensagens, transmitidas pelo telégrafo, permitiram que o Sul do país acompanhasse passo a passo a campanha. Cindo anos depois, o autor lançou Os sertões, obra que narra e analisa os acontecimentos de Canudos à luz das teorias científicas da época.
Euclides também deixou vários outros escritos - tratados, cartas antigas -, todos relacionados ao país, às suas características regionais e culturais.

         
                                                          Os sertões

A obra Os Sertões consiste em uma tentativa de rever a versão oficial da guerra de Canudos.
Com sua obra, Euclides não pretendia apenas contar o que presenciara no sertão. Munido de teorias científicas vigentes - determinismo, positivismo e conhecimentos de sociologia e geografia natural e humana -, pretendia também compreender e explicar o fenômeno cientificamente.
Os sertões, portanto, constitui uma experiência única em nossa literatura: é uma obra com estilo literário, de fundo histórico e de rigor científico.
Adotando o modelo determinista, segundo o qual o meio determina o homem, a obra organiza-se em três partes:

" A terra: que descreve as condições geográficas do sertão; "

" O homem: que descreve os costumes do sertanejo; "

" A luta: que descreve os ataques a Canudos e sua extinção. "

Colocando-se nitidamente a favor do sertanejo, Euclides da Cunha situa o fenômeno de Canudos como um problema social decorrente do isolamento político e econômico do sertão brasileiro em relação ao Brasil cosmopolita, do Sul e do litoral. Assim, ele desmistificou a versão oficial do Exército, segundo a qual o movimento tinha a finalidade de destruir a República.

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