quinta-feira, 28 de junho de 2012

Jorge Amado

Jorge Amado (1912-2001) nasceu em Pirangi, no Estado da Bahia.
A maior parte das obras do escritor, principalmente as primeiras que publicou, apresenta preocupação política-social, denunciando, num tom direto, lírico e participante, a miséria e a opressão do trabalhador rural e das classes populares.
Conforme o autor foi amadurecendo, sua força poética voltou-se para os pobres, para a infância abandonada e deliquente, para a miséria do negro, para o cais e os pescadores de sua terra natal, para a seca, o cangaço, a exploração do trabalhador urbano e rural e para a denúncia do coronelismo latifundiário.

Alfredo Bosi, crítico literário, distingue na obra do escritor cinco fases:

a) Um primeiro momento de águas-fortes da vida baiana, rural e citadina ( Cacau, Suor), que lhe deram a fórmula do "romance proletário";

b) Depoimentos líricos, isto é, sentimentais, espraiados em torno de rixas e amores marinheiros ( Jubiabá, Mar Morto, Capitães da Areia);

c) Um grupo de escritores de pregação partidária ( O Cavaleiro da Esperança, O Mundo da Paz);

d) Alguns grandes afrescos da região do cacau, certamente suas inovações mais felizes, que anima de tom épico as lutas entre coronéis e exportadores ( Terras do Sem-Fim, São Jorge dos Ilhéus);

e) Mais recentemente, crônicas amaneiradas de costumes provincianos ( Gabriela, Cravo e Canela, Dona Flor e seus Dois Maridos). Nessa linha, formam uma obra à parte, menos pelo espírito que pela inflexão acadêmica do estilo, as novelas reunidas em Os Velhos Marinheiros. N última fase abandonam-se os esquemas de literatura ideológica que nortearam os romances de 30 e de 40; e tudo se dissolve no pitoresco, no "saboroso", no "gorduroso", no apimentado do regional.

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