quarta-feira, 27 de junho de 2012

Vanguardas Européias

Na Europa não houve uma arte moderna uniforme. Houve, sim, um conjunto de tendências artísticas - muitas vezes provenientes de países diferentes - com propostas específicas, embora as aproximassem certos traços, como o sentimento de liberdade criadora, o desejo de romper com o passado, a expressão da subjetividade e certo irracionalismo.


* O Futurismo: arte em movimento

Após a publicação, em 1909, do Manisfesto Futurista, que define o perfil ideológico do movimento, Marinetti lançou, em 1912, o Manifesto Técnico da Literatura Futurista, cujas proposta representavam uma verdadeira revolução literária: Entre elas, destacam-se:

* Destruição da sintaxe e a disposição das "palavras em liberdade";
* Emprego de verbos no infinitivo, com vistas à substantivação da linguagem;
* Abolição dos adjetivos e dos advérbios;
* Uso de substantivo duplo, em lugar de substantivo acompanhado de adjetivo;
* Abolição da pontuação, que seria substítuidapor sinais da matemática e pelos sinais musicais;
* Destruição do eu psicológico.

Evidente, nem todas essas propostas se firmaram na literatura. Contudo, o verso livre ficou como uma das mais importantes contribuições do futurismo e do cubismo às correntes contemporâneas.
Embora a área de maior penetação do Futurismo tenha sido a literatura, o movimento também encontrou  ecos na pintura e na escultura.



* O Cubismo: a simultaneidade de perspectivas

O  movimento cubista teve início na França, em 1907, com o quadro Les demoiselles d'Avignon, do pintor espanhol Pablo Picasso. A partir de então, em torno de Picasso e do poeta francês Apollinaire formou-se um grupo de artistas que cultivarias as técnicas cubistas até o térmno da Primeira Guerra Mundial, em 1918.
A convivencia entre escritores e artistas plásticos desse grupo favoreceu rica troca de ideias e técnicas, de modo que os poetas se familiarizavam com técnicas pictóricas, enquanto os pintores assimilavam ideias filosóficas e poéticas.
Os pintores cubistas opõem-se à objetividade e à linearidade da arte renascentista e realista. Buscando novas esperiências com a perspectiva, procuram  decompor os objetos, representando-os em diferentes panos geométricos e ângulos retos, em espaços múltiplos e descontínuos, que se interceptam e se sucedem, de tal forma que o espectador, com seu olhar, possa remontá-lo e ter uma visão do todo, de face e de perfil, como se tivesse dado uma volta em trono deles. Outra técnica introduzida pelos cubistas é a colagem, que consiste em montar a obra a partir de diferentes materiais, como figuras, jornaisl, madeira, etc.
Na literatura, essas técnicas da pintura correspondem à fragmentação da realidade, à superposição e simultaneidade de planos.


* O Expressionismo: liberdade na expressão do mundo interior.

No começo do século XX, na França e na Alemanha, surgiu um grupo de pintores chamados expressionistas na Alemanha e fauvistas na França. Curiosamente, o objetivo dos integrantes desse grupo era combater o Impressionismo, tendência da qual eles provinham.
O Expressionismo consistia em um movimento de criação parte da subjetividade do artista, do seu modo interior, em direção ao mundo exterior.

Entre os principais fundamentos do Expressionismo destacam-se:

* A arte não é imitação, mas criação subjetiva, livre. A arte é expressão dos sentimentos.
* A realidade que circunda o artista é horrível e, por isso, ele a deforma ou a elimina, criando a arte abstrata.
* A razão é objeto de descrédito.
* A arte é criada sem obstáculos convencionais, o que representa uma repúdio à repressão social.
* A intimidade e a vivência da dor derivam do sentimento trágico da vida e causam uma deformação significativa,  torturada.
* A arte se desvincula do conceito de belo e feio e torna-seuma forma de contestação.

Na literatura,o Expressionismo geralmente apresenta estas características:

* Linguagem fragmentada, elíptica, constituída por frases nominais, às vezes até sem sujeito.
* Despreocupação quanto à organização do texto em estrofes, ao emprego de rimas ou à musicalidade.
* Combate à fome, à inércia e aos valores do mundo burguês.


* O Dadaísmo: a antiarte

Criado a partir do clima de instabilidade, medo e revolta provocado pela guerra, o movimento dadá pretendia ser uma resposta à nítida decadência da civilização, representada pelo conflito. Dessa postura provêm a irreverência, o deboche, a agressividade e o ilogismo dos textos e manifestações dadaístas.
Os dadás entendiam que, com a Europa banhada em sangue, o cultivo da arte não passava de hipocrisia e presunção. Po isso, adotaram procedimentos que tinham em vista ridicularizá-la, agredi-la, destruí-la.
Na literatura, o Dadaísmo caracteriza-se pela agressividade, pela improvisação, pela desordem, pela rejeição e todo tipo de racionalização e equilíbrio, pela livre associação de palavras e pla invenção de palavras com base na exploração apenas do seu significados.


* O surrealismo: o combate à razão

O movimento surrealista teve início na França, a partir da publicação do Manifesto do Surrealismo (1924), de André Breton. Diversos pintores aderiram ao movimento, interessados nas propostas de Bretons, que, tendo sido psicanalista procurava unir arte e psicanálise.
Duas foram as linhas de atuação do Surrealismo no seu  início: as experiências criadoras automáticas e o imaginário extraído do sonho.
O automatismo artístico consiste em extravassar sem nenhum controle da razão ou do pensamento os impulsos criadores do subconsciente.
O sonho, na concepção de Freud, é a manifestação das zonas ocultas da mente, o inconsciente e o subconsciente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário