quarta-feira, 27 de junho de 2012

Monteiro Lobato

Monteiro Lobato (1882-1948), paulista de Taubaté, foi um dos escritores brasileiros de maior prestígio, em consequência de sua atuação como intelectual polêmico e autor de histórias infantis.
Sua ação foi além do círculo literário, tendo se estendido também para o âmbito da luta política e social. Moralista e doutrinador, aspirava ao progresso material e mental do povo brasileiro. Com o personagem Jeca Tatu -um típico caipira acomodado e miserável do interior paulista -. por exemplo, Lobato criticava a face de um Brasil moderno, estimulado pela ciência e pelo progresso.
De fazendeiro, Lobato passou ao ramo editorial. Criou a Monteiro Lobato reservas naturais brasileiras, que vinham sendo inescrupulosamente explorados por grandes empresas multinacionais. Com a publicação de O escândalo do petróleo (1936), denunciou o jogo de interesse relacionado com a extração do petróleo e a ligação das autoridades brasileiras com interesses internacionais. Em 1941, já durante a ditadura de Vargas, foi preso por ataques ao governo, fato que provocou intensa comoção no áís inteiro.

A obra

Monteiro Lobato situa-se entre autores regionalista do Pré-Modernismo e destaca-se no gênero conto. O universo retratado por ele geralmente são os vilarejos decadentes e as populações do Vale do Paraíba na época da crise do plantio do café.
Escritor  sem nenhuma pretensão de promover renovação psicológica ou estética, Lobato foi antes de tudo um extraordinário contador de histórias, de casos interessantes, preso ainda a certos modelos realistas. Dono de um estilo cuidadoso, não perdeu oportunidade para criticar certos hábitos brasileiros, como a obediência a modelos estrangeitos, a subserviência ao capitalismo internacional, a submissão das massas eleitorais, o naciolismo ufanista cego, etc.
Apesar de ideologicamente avançado, do ponto de vista artístico mostrou-se conservador quando começaram a surgir as primeiras manifestações modernistas em São Paulo. Ficou famoso o seu polêmico artigo intitulado " Paranoia ou mistificação ", publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 1917. Nele Lobato criticava violentamente a exposição de pinturas expressionistas de Anita Malfatti, pintora paulista recém-chegada da Europa, considerando seu trabalho resultado de uma deformação mental. Apesar disso, na década de 1920, na condição de integrante na direção da Revista do Brasil, Lobato acabou sendo um dos colaboradores do movimento de divulgação das ideias modernistas.

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