quarta-feira, 27 de junho de 2012

Modernismo - 1ª Fase

O movimento modernista no Brasil contou com duas fases: a primeira foi de 1922 a 1930, e a segunda de 1930 a 1945. A primeira fase caracterizou-se pelas tentativas de solidificação do movimento renovador e pela divulgação de obras e ideias modernistas.
Apesar da diversidade de correntes e ideias, pode-se dizer que, de modo geral, os escritores de maior destaque dessa fase defendiam a recontrução da cultura brasileira sobre bases nacionais, a promoção de uma revisão crítica de nosso passado histórico e de nossas tradições culturais, a eliminação definitiva do nosso complexo de colonizadores, apegados a valores estrangeiros. Eram, portanto, defensores de uma visão nacionalista, porém crítica, da realidade brasileira.

Características:

* Verso livre
* Livre associação de ideias (aparente falta de lógica)
* Atitude combativa aos valores
* Valorização das coisas do cotidiano
* Humor: poema-piada
* Linguagem coloquial
* Incorporação do progresso, máquina


Simultaneamente à publicação de obras e à fundação de revistas, foram lançados vários manifestos e movimentos, que aglutinavam e dividiam os escritoresda época. Entre eles, destacam-se quatro: Pau-Brasil, Verde Amarelismo, Antropofagia e a Escola da Anta.


                                          Movimentos e Manisfestos


* Pau-Brasil: a poesia de exportação

Em 1924, Oswald de Andrade lançou o Manifesto da Poesia Pau-Brasil, dando início ao movimento Pau-Brasil, que, inspirado em nosso primeiro produto de exportação, o pai-brasil, defendia, a criação de uma poesia brasileira de exportação. Demonstrando irreverência e revolta contra a cultura acadêmica e a dominação cultural europeia em nosso país, o movimentos propunha uma poesia primitivista, construída com base na revisão crítica de nosso passado  histórico e cultural e na aceitação e valorização dos constrastes da realidade e da cultura brasileira.
Do ponto de vista técnico, o manifesto de Oswald de Andrade propunha: a criação de uma lingua brasileira ( "A língua sem arcaísmo, sem erudição". "A contribuição milionária de todos os erros"); a síntese; o equilíbrio; a surpresa.


* Verde-Amarelismo e Anta: a reação

Como reação ao tipo de nacionalismo defendido por Oswald de Andrade no Manifesto da Poesia Pau-Brasil e ao espírito anarquista de seu autor, surgiu em São Paulo o movimento Verde-Amarelismo, constituído por Menotti del Picchia, Plínio Salgado, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo.
Defendendo um nacionalismo ufanista, com evidente inclinação para o nazifascismo, o grupo alegava que o movimentos Pau-Brasil era "afrancesado"
Em 1927, tomando a anta e o índio tupi como símbolos da nacionalidade primitiva, o grupo verde-amarelo transformou-se na Escola da Anta.


* A Antropofagia: a deglutição cultural

Revidando com sarcasmo o primitivismo xenófobo da Anta, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Raul Bopp lançaram, em 1928, o mais radical de todos os movimentos do período: a Antropofagia. O movimento foi inspirado no quadro  Abaporu ("antropófago, em tupi), que tarsila oferecera a Oswald como presente de aniversário.

Abaporu (1928), de Tarsila do Amaral

Partidários de um primitivismo crítico, os antropófagos propunham a devoração da cultura estrangeira.
Contrariamente à xenofobia da Escola da Anta, os antropófagos não negavam a cultura estrangeira, mas também não a copiavam nem imitavam. Assim como os índios primitivos devoravam seu inimigo, acreditando que desse modo assimilariam suas qualidade, os artista antropófagos propunham a "devoração simbólica" da cultura estrangeira, aproveitando suas inovações artísticas, porém sem a perda da nossa própria identidade cultural" já proposta no Manifesto da Poesia Pau-Brasil.




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